Reação tardia ou pura constatação de que estava na hora de se tomar uma atitude. Depois que um imóvel desabou na região de São Mateus causando a morte de dez homens e ferindo outros 26 que trabalhavam nas obras, a Prefeitura resolveu agir e começou a embargar obras em risco na Capital. Como diz um velho ditado "casa arrombada, trancas à porta". Mas, do mesmo jeito, "antes tarde do que nunca".
A reação da Prefeitura foi acionar suas subprefeituras e caprichar na fiscalização. O resultado disso é que mais de 500 obras que estão em situação irregular e foram embargadas. A Mooca, na zona leste, quinto lugar na lista dos bairros com maior número de paralisações: 45. A vistoria foi efetiva, pois o Ipiranga foi o único bairro livre de construções irregulares. São Mateus, onde aconteceu à tragédia, teve 30 obras embargadas.
Perto do total de obras que são realizadas atualmente em São Paulo, esse número não chega a ser alarmante. Alarmante, sim, é se imaginar que existem empresários - de todos os tamanhos - que não se preocupam com o óbvio, que é a segurança de quem trabalha e de quem passa por essas obras. Lembre-se que, ainda mais recentemente, um muro de uma casa em má conservação na zona sul caiu e matou uma pessoa que aguardava ônibus em um ponto. Ou seja, questão de responsabilidade do dono.
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Resta-nos esperar que casos como esses não aconteçam mais. Cabe à Prefeitura, sim, fiscalizar e paralisar obras. Mas cabe ainda mais a responsabilidade de todos os envolvidos - proprietários, construtores, operários etc. - para que tenhamos a segurança de andarmos e trabalharmos por e em lugares seguros, sem o risco de cair um tijolo em nossas cabeças.